quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Com saudades de escrever aqui,cheia de coisas pra dizer, maaaaas...sem tempo nem pra me coçar!!!
Por enquanto, segue um desenho que diz muito sobre o meu momento atual!!rs.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Restart...




Eu fico triste quando vejo uma história bacana chegando ao fim. Mas não é triste de sofrendo. É triste de sentida; triste de não ter o: "E viveram juntos e felizes para sempre!". Gosto dos romances de superação que dão certo no final, daquela história de "contra tudo e contra todos", onde o casal vive verdadeiras cenas de ação,suspense, terror e, claro, uma boa dose de comédia no meio disso tudo. E essa história teve todos esses ingredientes, só não o "e viveram juntos", porque o "felizes para sempre", esse sempre tem, mesmo que fiquem separados.

Acho estranho perceber o vazio ocupando um lugar que antes não tinha espaço para um alfinete sequer. Completamente lotado por uma pessoa só.

É esquisito, mas é bom!Perceber-se liberta, respirando melhor, um ar menos denso, mais leve...novos ares. É bom estar com a cabeça tranquila, menos ansiosa. É bom saborear os frutos de mais uma experiência e entender que quando as coisas parecem estar se desarrumando, na verdade, estão se encaixando.

Um namoradinho da adolescência (Humberto), me ensinou que se quisermos saber o final, temos que olhar para o começo. Eu e ele, por exemplo, fomos a prova disso!(Sem ressentimentos!!). O importante é sermos realistas e lembrarmos de quantas vezes tentamos disfarçar sinais de que a coisa não ia dar certo! Dói menos assim.

O desafio agora é não se fiscalizar o tempo inteiro, não se boicotar para não se apaixonar perdidamente de novo. Isso, com certeza e graças à Deus, vai acontecer, vai bagunçar a cabeça mais uma vez e o grande teste é não repetir as atitudes erradas dos relacionamentos anteriores.

Afinal de contas, não é essa a beleza da vida?? Estar aprendendo o tempo inteiro, crescendo e ajudando a quem estiver no nosso caminho a crescer também??

Talvez o final feliz seja este: SEGUIR EM FRENTE!!


"A vida pode ser comparada a um bordado que no começo da vida vemos pelo lado direito e, no final, pelo avesso. O avesso não é tão bonito, mas é mais esclarecedor, pois deixa ver como são dados os pontos."
      Schopenhauer

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Fábula da onça e do caçador

Essa é a história de uma onça criada em cativeiro, doce e amorosa e que, quase sempre, foi bem cuidada pelos seus tratadores. Até que resolveu viver uma aventura, saiu pela selva e acabou apaixonando-se pelo caçador. Este, por sua vez, também retribuiu o sentimento.De forma verdadeira, vale ressaltar. O que eles sentiam era uma espécie de segredo. Só eles poderiam saber da intensidade daquilo tudo. Afinal, como os amigos do caçador iriam entender uma relação tão absurda??? E a onça então, como ficaria perante a sua família de grandes felinos??? Seria uma reviravolta na cadeia alimentar!!! E assim, querendo poupar à todos, eles sabiamente, mantiveram o romance em segredo por muito e muito tempo.

Um dia o caçador sumiu. A onça até sabia dos deveres da profissão dele e que, algumas vezes, era preciso frequentar outras florestas. Mas daí a desaparecer por quase 3 meses?? E o sinal de fumaça que tantas vezes ele usou para se comunicar?? Por que não fazia isso agora??

Rumores pela floresta, diziam que o caçador estava vivo e bem. Por uma lado, a onça ficou tranquila, por outro, ficou P. da vida!!! No meio dessa insconstância de sentimentos e falta de notícias, a onça teve uma brevíssima paquera com um leão também confuso emocionalmente.

Lá outro dia, o caçador reaparece e, claro, encontra tudo como deixou, afinal, a onça apaixonadíssima, esqueceu da angústia que passou no tempo em que ficou sem notícias.

Entretanto, por esses deslizes de quem não sabe mentir, o caçador, desconfiou daquela paquera na sua ausência e, de rifle na mão, rugiu como se ele fosse o felino.

A onça assumiu, chorou, mas não pediu perdão, pois o ato dela estava coberto pelo desrespeito do caçador ao sumir sem dar explicação.

Os dois estavam errados, mas ela só errou porque ele errou primeiro! Aí já viu né...mulher quando está com raiva, sai de baixo!! Imagine uma onça!!!

Só sei que de lá pra cá, foi um tal dessa onça tentar convencer esse caçador à retomar a relação... Na minha opinião, ela perdeu muitas vezes o amor-próprio, mas fazer o que?? Coisas do coração!

A onça alegava que não desistia porque via nos olhos do caçador, o mesmo sentimento. Um pouco magoado, mas ainda lá. Talvez ela estivesse certa...talvez não.

Certeza mesmo, era o orgulho e a vaidade do caçador. Ele dizia NÃO, mas adorava as investidas da onça. Vez por outra, ele não resisitia e dava sinais claros de que ia ceder. Afinal de contas, a onça sabia como poucas, encantar, literalmente, o caçador. Ele não raciocinava muito bem perto dela. A onça, então, enchia-se de esperança. Contudo, logo ele recobrava a consciência, estufava o peito e dizia:
  -" Onde já se viu, eu sou um caçador!!!! Nunca fui enganado por onça alguma, não tenho 1 arranhão de combate...não vai ser você que vai me abater!!!".

E a onça chorava sozinha tudo de novo...

Esses tempos ela resolveu que estava cansada dessa vida. E que, tendo sido tantas vezes mau tratada, era preciso por um fim nessa história. Mandou pelo Pombo-Correio, uma carta informando ao caçador a sua decisão e propondo um recomeço através da amizade. Já que, por força da profissão dele, os encontros serão inevitáveis.

Apesar das palavras duras e do tom forte, na carta não tinha raiva (como talvez pensasse o caçador), havia apenas mágoa e a vontade de recomeçar da melhor maneira possível.

Dias depois (uns 15), o caçador dá sinal de vida. Reaparece para sentir o terreno e percebe que num cantinho da floresta dela, ainda há um espaço que não foi adubado com a firmeza suficiente, a fim de que impedisse que fosse plantada mais uma semente da Árvore da Decepção. Então, ele arrodeou, disse palavras bonitas, falou sobre o quanto a onça lhe fazia bem (e fazia mesmo,porém, não como ela gostaria!), prometeu visitá-la, marcou data, horário e local. Porém, de novo, deixou a onça chorando. Dessa vez, por apenas 1 dia. Agora, enfim, ela está mais esperta e se recupera fácil. Já está até por aí, perdida pela selva novamente, em busca de novas aventuras.

E quem foi, mesmo sem saber, o grande aliado da onça nessa reviravolta, nesse "duplo twist carpado" ???
O caçador!!!! Foi ele que fortaleceu os nervos da onça e delineou o final da história, mostrando pra ela que há sim, vida após o amor não correspondido!



MORAL 1:
O inimigo é sempre quem nos ajuda a aprimorar nossas habilidades. Ele contribui para o nosso crescimento pessoal.

MORAL 2:
Todas as feridas saram em etapas.Mas saram.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Aqui Jaz...




Fim de um sonho que eu tentei fazer acontecer para o resto da minha vida. Sim, porque era esse sonho que eu queria viver até o fim. Ficar velhinha vivendo o sonho, sabe? Fiz planos pra esse sonho...tantos planos...
Mas não deu.
Tentei de todas as maneiras possíveis e, praticamente, impossíveis para fazer com que desse tudo certo. Mas, por um deslize no meio do processo, por uma falha, uma pequena falha sem importância, arracaram o meu sonho de mim.
Todos os meus planos mirabolantes para realinhar as órbitas dos planetas, não deram em nada. E eu, que era incansável, cansei. Entreguei os pontos e levantei a bandeira branca.
Hoje, finalmente entendi, que 2 corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço. Por isso, sonho, te enterro debaixo de 14 palmos e deixo o lugar que era seu, vago para outro...sonho.







*Clipe lindo,muito bem feito e que diz muito sobre mim.


domingo, 11 de abril de 2010

Turbilhão




Semana esquisita, cheia de coisas chatas e emoções à flor da pele.




Pressentindo tudo o que ainda estava por vir, minha menstruação chega na 2ª feira, com 5 dias de antecedência (coisa totalmente incomum no meu ciclo!). Mas enfim, cólicas, cansaço, dor de cabeça e um mau-humor misturado com tristeza. Essa sou eu "naqueles dias"...


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Ainda no início da semana, a chefe da minha chefe, ou seja, a dona, literalmente, do pedaço, aparece também de mau-humor e destila (pra ser sutil e educada) um pouco da sua amargura...sobre quem????Quem???? Sobre essa pobre criatura que vos escreve. Afinal de contas, naquela situação (dona -> supervisora -> gerente) a corda,obviamente, ia arrebentar do lado mais fraco = O MEU!!! Resolvi apelar para a minha religiosidade e pedir à Deus paz interior, compreensão e resiliência. Com isso, consegui dar 2 sorrisos singelos para a minha supervisora, pelo esforço para descontrair em uns 2 momentos críticos. Talvez por que tenha lembrado de tempos atrás, onde passamos por uma situação semelhante e quando conversamos sobre isso, deixei claro que não estava acostumada a ser tratada com gritos, pois na minha casa, a educação sempre foi baseada no diálogo e na conscientização. Logo, reações como a dela e a da "chefe da chefe", feriam sim, os meus sentimentos. Problema de quem me ache sensível! Talvez o mundo esteja precisando disso: SENSIBILIDADE NO CORAÇÃO DAS PESSOAS!!Isso levaria ao respeito ao próximo e mais um monte de coisas....mas esse é um discurso para outro momento.

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Depois desse dia, recebo a grande notícia: minha vó está com câncer. Novamente. Depois de 11 anos.

-PAUSA-

Precisava processar direito a notícia, digerir com calma o que estava acontecendo. Estavam falando da minha vó! Aquela que, infelizmente, torce para o Bahia, aquela que vive a dizer que me odeia, que coloca meu nome na novena de Santo Antônio, porque diz que nenhum homem vai me aguentar, aquela que nunca me manda beijo ao telefone, manda murro e diz que não tem saudade e sim, alívio por não estar comigo...sei que tudo isso é mentira dessa velha louca, pois a gente se ama, além de tudo, por causa dessas pirraças!!
Por que isso com ela de novo?? Já não bastam as dores nas pernas; ser quase que, completamente, surda, não ter mais os dentes, ainda é preciso massacrar com um câncer aos 97 anos????
Recorro, novamente, à minha religiosidade e pergunto:
- "Qual é cara...será mesmo preciso tudo isso??".
Não escuto com o ouvido, mas de alguma forma, entendo que Ele me responde:
- "Sim, é preciso.".
Retruco:
- "Mas, porquê??"
E dessa vez, não escuto mais nada.

No dia seguinte, no trabalho, eu estava desnorteada e chorosa. Pesada. Com medo.





















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Pra completar, essas coisas todas aconteceram em apenas 4 dias e tiveram como pano de fundo uma ansiedade louca por um momento que vai acontecer e que eu espero há tempos. E esses acontecimentos me fizeram desejar ainda mais forte que tudo termine como nos meus sonhos...pois é só do que eu preciso para poder acreditar que ainda existe ,em algum lugar(e eu sei bem em que lugar), um pouquinho de felicidade reservada para mim.

O chefe do meu irmão chega essa semana aqui em Salvador...diz ele que quer conhecer a minha casa e a minha avó. Já combinamos de sair com ele. Na certa, iremos na Tapiocaria perto aqui de casa. Ele já avisou que gosta do lugar. Fiquei pensando: "Deve ter vivido bons momentos ali...".


Ele(o chefe), eu, Erika(irmã) e Rommel(irmão) em Recife



terça-feira, 9 de março de 2010

Feliz Dia da Mulher!!! (atrasado...)


Desabafo de uma mulher moderna


São 6h.
O despertador canta de galo
e eu não tenho forças
nem para atirá-lo contra a parede.
Estou tão cansada,
não queria ter que trabalhar hoje.
Queria ficar em casa,
cozinhando,
ouvindo música,
cantarolando, até.

Se tivesse cachorro,
passeando pelas redondezas.
Se tivesse aquário?
Olhando os peixinhos nadarem.
Espaço? Fazendo alongamento.
Leite condensado?
Fazendo brigadeiro...
Tudo menos sair da cama,
engatar uma primeira
e colocar o cérebro pra funcionar.

Gostaria de saber
quem foi a mentecapta,
a matriz das feministas
que teve a infeliz idéia
de reivindicar direitos à mulher
e por quê ela fez isso conosco
que nascemos depois dela.
(Beth Friedman - Foi essa a mocréia...)

Estava tudo tão bom
no tempo das nossas avós,
elas passavam o dia a bordar,
trocar receitas com as amigas,
ensinando-se mutuamente segredos
de molhos temperos,
de remédios caseiros,
lendo bons livros das bibliotecas,
dos maridos, decorando a casa,
podando árvores, plantando flores,
colhendo legumes das hortas,
educando as crianças,
freqüentando saraus,
a vida era um grande curso de artesanato,
medicina alternativa e culinária.

Aí vem uma “fulaninha” qualquer,
que não gostava de sutiã
nem tão pouco de espartilho,
e contamina as várias outras
rebeldes inconseqüentes
com idéias mirabolantes sobre
"vamos conquistar o nosso espaço".
Que espaço, minha filha???!!!!!
Você já tinha a casa inteira,
o bairro todo,
o mundo aos seus pés.

Detinha o domínio completo sobre os
homens, eles dependiam de você
para comer, vestir, e se exibir para os
amigos, que raio de direitos requerer?
Agora eles estão aí, todos confusos,
não sabem mais que papéis
desempenhar na sociedade, fugindo
de nós como o diabo foge da cruz.
Essa brincadeira de vocês acabou é
nos enchendo de deveres, isso sim.
E nos lançando no calabouço
da solteirice aguda.

Antigamente, os casamentos duravam
para sempre, tripla jornada era coisa
do Bernard do vôlei - e olhe lá,
porque naquela época não existia
Bernard do vôlei.
Por quê, me digam por quê, um sexo
que tinha tudo do bom e do melhor,
que só precisava ser frágil,
foi se meter a competir
com a macharada?
Olha o tamanho do bíceps deles,
e olha o tamanho do nosso.

Tava na cara que isso não ia dar certo!!!
Não agüento mais ser obrigada
ao ritual diário de fazer escova,
maquiar, passar hidratantes,
escolher que roupa vestir,
e que sapatos,
acessórios usar.
Que perfume combina com meu humor,
nem de ter que sair correndo.
Ficar engarrafada, correr risco de ser
assaltada, de morrer atropelada, passar
o dia reta na frente do computador,
resolvendo problemas.

Somos fiscalizadas
e cobradas por nós mesmas
a estar sempre em forma,
sem estrias,
depiladas,
sorridentes,
cheirosas,
unhas feitas,
sem falar no currículo impecável,
recheado de mestrados,
doutorados,
pós-doutorados
e especializações (ufffffffffffffffffff!!!!!!!)...

Viramos super mulheres,
continuamos a ganhar menos
do que eles,
lavar,
passar,
cozinhar
e cuidar dos filhos da mesma forma.
E ainda temos que dividir
as despesas da casa.

Não era muito melhor
ter ficado fazendo tricô
na cadeira de balanço?

Chega, eu quero alguém
que pague as minhas contas,
abra a porta para eu passar,
puxe a cadeira para eu sentar,
me mande flores
com cartões cheios de poesia,
faça serenatas na minha janela
(ai, meu Deus, já são 6:30h,
tenho que levantar!),
e tem mais,
que chegue do trabalho,
sente no meu sofá, e diga
"meu bem,
me traz uma dose de café, por favor!".

Descobri
que nasci para servir.

Vocês pensam que eu
tô ironizando?????

Tô falando sério!!!!!!!!

Estou abdicando
do meu posto
de mulher moderna....




* Não sei quem escreveu isso, mas se existir algum abaixo-assinado circulando por aí...coloquem o meu nome lá,por favor!!!!Eu também levanto essa bandeira!!!

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

"Mentiras sinceras me interessam..."




A Aposta dos Santos

Naquele instante, alguns dos mais prestigiados e requisitados santos com endereço naquela belíssima baía, pararam os seus afazeres para acompanhar atentamente aquela conversa. Afinal, o casal sentado à mesa, pretendendo contar com as bênçãos protetoras de todos eles, escolheu aquele sugestivo altar na cabeceira da Baía de Todos os Santos para esgotar as últimas palavras como simples amigos e iniciar o que prometia ser um lindo romance.

Os santos, eufóricos com a oportunidade de futricar e influir, fizeram entre si (pasmem!) uma bolsa de apostas para premiar quem acertasse o que ele faria diante daquela pontiaguda pergunta que ela acabara de disparar-lhe: Diria a verdade, pondo tudo a perder? Mentiria em nome daquela arrebatadora paixão, ou diria uma meia-verdade, ou quase uma mentira, como normalmente se faz em situações semelhantes?

A maioria deles apostou na última hipótese. Perderam feio. Ele preferiu a verdade. A verdade que afasta, que segrega, que impede. A verdade que moraliza, mas que distancia e isola. A verdade malsoante, ímpia, falsamente importante.

Até ela se surpreendeu. Não era aquela verdade que ela gostaria de ouvir. Aquela verdade, ali, naquele momento, não cumpriria nem minimamente qualquer das suas nobres funções. Quais sejam: Fazer justiça, promover o bem-estar e tornar-se exemplo. Fazer justiça? Que justiça foi feita separando-os? Bem-estar de quem? De quem irá sofrer por tê-la usado? Tornar-se exemplo... Quem quer exemplos que nos afastam do que mais desejamos? Não, definitivamente, ele errou!

Quem sabe ele não devesse ter agido como agem sempre naqueles fins de tarde inícios de noite, o sol e a lua? Diante do crepúsculo que se debruça sobre aquela imensa baía, quando, capciosamente, os santos lhes perguntam se já é hora de sair, a lua, louca pra se exibir, diz que sim, que já está pronta. Já o sol, sempre arrogante e afogueado, diz que não, que ainda é dia. Ambos dão mais de um sentido e várias utilidades à verdade. No entanto, a noite, eterna confidente de verdades e mentiras, não se atrasa nem um segundinho sequer por causa disso.

Augusto Serra



*
E eu, que já estive dos dois lados de situações como essa...

domingo, 27 de setembro de 2009

Férias (1ª parte)




Entrei de férias e tive menos tempo ainda pra vir dizer as coisas aqui.(praia ocupa bastante o tempo da gente!!). E olhe que sempre tenho tantas coisas pra dizer...talvez por isso, ás vezes eu prefira o silêncio. Não posto, não falo, não brigo, não reajo. Pra falar a verdade verdadeira, choro sozinha de vez em quando. Mas é só porque eu sou muito chorona mesmo...





15 de setembro de 2009

"Parece que Recife está chorando comigo.
De saudade e abandono.
Parece que Recife sente a agonia de minha alma sufocando tantos planos e anseios.
Você está sentindo a tristeza no ar de Recife?"

Jorge Azevedo


Recife, definitivamente, não é um lugar que me faça feliz. Talvez teenha sido porque a nossa relação já começou errada: a 1ª vez, saí de Salvador fugindo de problemas, mas acho que, na verdade, os trouxe pra cá. Ou, pelo menos, o ranço daquela fase ruim, eu deixei aqui.

Sim, claro, vivi momentos bacanas, conheci pessoas legais que eu espero levar pra minha vida toda e outras que preferiram ficar pelo caminho...

E hoje, fazendo um balanço da minha relação com essa cidade, vejo que perdi (mesmo quando achei que tinha ganho!). Digo isso porque já fui e voltei várias vezes e não consigo ficar bem nesse lugar. Sempre volto pra casa mais cabisbaixa, mais pensativa (se isso é possível) e desejando colo...colo de mãe. Desejo o cheiro da minha cama, o meu colchão-cúmplice, o travesseiro que aconchega essa minha cabeça tão pensante.

Por ironia, foi Recife que me deu um novo ar quando precisei. Sonhei viver coisas lindas aqui e foi isso que m fez voltar tantas vezes para fazer com que essa relação desse certo, mas não deu. Cada vez, deixo em mais cantos da cidade essa sensação ruim que me toma agora. E eu não quero que isso avance por Calhetas e Porto de Galinhas que são lugares belíssimos! Seria até pecado se eu permitisse uma barbaridade dessa!

A coisa é tão acintosa que, dessa vez, todos os dias estiveram nublados ou chuvosos. Claro, o calor esteve presente para lembrar-me que eu poderia estar na praia não fossem aquelas nuvens...pois, no 1° dia, eu fui mesmo!!! Sou ousada!!! Aí, nos dias seguintes...choveu!!!

- Pois é, Recife, você abriga meu irmão, minha cunhada e excelentes amigos que fiz, mas não sei se vai dar pra voltar...não digo NUNCA porque deixo todos esses meus tesouros aqui. Então, quem sabe numa outra situação, num outro momento da minha vida, eu apareça novamente. Por enquanto, você me vence mais uma vez e eu te parabenizo por isso.




terça-feira, 15 de setembro de 2009

"Todo mundo é parecido quando sente dor" - Carta para o sobrinho

Rafa,



Desde que soube do fim do seu namoro com Bia, senti uma necessidade real de te abraçar. Pra mim, através do abraço a gente passa os nossos sentimentos. Bons ou ruins. E era exatamente o que eu queria que acontecesse: queria que um pouco da sua dor passasse pra mim e, esse lugar vago , fosse preenchido pelos bons sentimentos do meu para o seu coração. Quem sabe assim, as cores voltassem aos seus dias...nem que, pra começar, essas cores fossem ainda em tons pastéis, bem clarinhos...
O fato é que te encontrei e não fiz nada disso, fui até meio distante naquele dia, eu acho...travei, na verdade!
Esse negócio de sofrer por amor mexe muito comigo. Sempre fui muito intensa nos meus relacionamentos com amigos e namorados e, infelizmente, chega o dia em que tudo muda! É fato que, muitas vezes, as coisas vem mudando e a gente não vê...ou não quer ver! Aí quando o pior acontece, a gente toma um "susto"! Mesmo que a gente já estivesse, inconscientenmente, esperando pelo inevitável, dói. E a dor é real, física mesmo!! Alguém está espremendo o nosso coração!! Sim, porque ainda tem isso, a gente acha que o sentimento está no coração, quando na verdade ele está na nossa cabeça, bem pertinho de onde fica também, a razão. Que, por falar nela, foi parar no pé. No dedo mindinho do pé. Do pé esquerdo, pra piorar!! É porque nesses momentos da vida, a emoção toma não só a cabeça e o coração, mas o corpo quase todo e só deixa o pé "raciocinando" qual o caminho mais rápido pra nos levar ao fundo do poço! Só que o pé, coitado, fica todo indeciso, confuso, inexperiente nessa função de pensar, são tantas coisas passando pela cabeça do dedo mindinho que ele fica até dormente!! É por isso que nos sentimos "desequilibrados". (O mindinho, fisicamente falando, é o responsável por isso: por nos manter de pé!).
Pois então, esse meio tempo é quando sentimos que estamos andando em círculos, que os dias passam e nada muda. Aí começamos a achar que não vamos mais gostar de ninguém como gostamos dessa pessoa e não enxergamos a luz no fim do túnel (claro,os olhos também estão tomados pela emoção e como diz Fernando Pessoa: "O que vemos é o que somos!". E, nesse momento, somos a dor, a tristeza, a escuridão.).
A pior hora do dia é a de acordar e ver que aquilo que estamos vivendo não era apenas um pesadelo e que a gente tem que reunir forças, não se sabe de onde, pra viver aquele dia inteirinho. Cada dia é uma batalha!! Interna e externa. Á noite, às vezes queremos ir deitar só com muito sono, daquele tipo que a gente cai na cama e apaga! Outras vezes não...a gente se aninha lá, de porta fechada e relembra momentos, frases ditas, juras eternas, relembra a sensação de eternidade daquela relação.
Isso tudo vai levando dias, muitas vezes meses e meses. E o pé lá...andando em círculos, chega perto do fundo do poço, mas por estar desacostumado a pensar, dá meia volta, acha que o caminho não é por ali, sei lá...
Só sei que é essa a nossa sorte! Andando, ativamos a circulação e começamos a, aos poucos, bombear razão pelo nosso corpo. É quando vamos retomando o fôlego, o apetite (pela comida e pela vida), a disposição ao acordar, o sorriso, as cores (aquelas que láááá atrás eram em tons pastéis, tornam-se mais vibrantes), enfim, retomamos a razão.
No fim, o amor sempre prevalece, sempre ganha essa guerra. O amor-próprio.
Sei que não é fácil, que muitas vezes a gente pensa que não vai conseguir e quer, até mesmo, desistir. Mas, acredite: a gente consegue. Não sem marcas, cicatrizes, tatuagens...porém, o que teríamos pra contar sem elas??? Não tenha medo de amar de novo!!
Bom, o abraço que não dei naquele dia, continua aqui, guardado junto com um monte de beijos!!!


Sua tia,

Ana






*escrita em 1º de setembro.