Preparem-se: post gigantesco!! Fiquei dias e dias sem internet e as novidades foram ficando acumuladas, algumas eu já nem vou mais tratar aqui, porque o prazo de validade venceu! E sabem como é... nada de coisa mofada nesse blog!!!!!
Os textos abaixo, forma escritos na mão grande e num velho e bom papel, aliás, como todos os outros. Não sei escrever diretamente no computador!!! Vou colocá-los em ordem decrescente, ou seja, de hoje pra trás. Portanto, é bom ler do fim pro começo. Meio confuso né?? Eu não sou boa de explicações mesmo... mas, de qualquer forma tem as datas e é só seguir a ordem cronológica.
Tomem fôlego que lá vem texto:
Isso é bom demais, poetinha!!!!
2 de junho de 2008
Passei o dia pensando em Vinícius (ele devia estar aqui comigo. Às vezes, eu acho que ele está mesmo!).
Engraçado que, ao mesmo tempo em que ele me inspira, ele me emudece, me deixa sem palavras. Talvez Vinícius seja (porque ele ainda É!), só pra ser sentido, para os poucos que conseguem senti-lo.
E sentir Vinícius vai além de gostar de suas poesias e cantar suas músicas... Sentir Vinícius é entender o amor pela vida, o amor pelo amor. O poeta casou-se 9 vezes e foi loucamente apaixonado por todas as mulheres ( eu seria a 10ª, caso ele não tivesse falecido!).
“Que não seja imortal, posto que é chama. Mas que seja infinito enquanto dure!”.
Vinícius de Moraes
Existe verdade mais verdadeira que esta? Se soubéssemos entender e aplicar isso, talvez, sofrêssemos menos dos males do amor.
Vinícius também era um apaixonado pelos amigos e sabia, como 1 ou 2 que eu conheço, o real conceito da palavra amizade e tudo o que ela abrange.
Ele era daqueles que ligavam pra saber se estava tudo bem. Somente. Pra ele, o ser humano era irresistível. Acho que daí, tantas parcerias musicais. Ele gostava de pessoas. Odiava a solidão. Era o oposto dele, de tudo o que ele buscava como felicidade.
“De que mais precisa um homem senão de um amigo pra ele gostar??”
Vinícius de Moraes
Vinícius não se defendia da vida, ele se jogava pra ela. VIVIA!!
“Quem de dentro de si não sai, vai morrer sem amar ninguém”
Vinícius de Moraes
Releiam com atenção e irão perceber que há algo mais além nessas palavras. Neste, e em outros momentos, ouso dizer que sou parecida com Vinícius. Já saí de mim várias vezes para amar o próximo e sairei quantas vezes eu achar necessárias. Esse é um sofrimento do qual eu não tenho medo. Como Vinícius, arrisco pra ver no que dá. Depois que passa a gente sempre ri mesmo...
Pessoas como nós, sofrem. Intensamente. Assim como amam. Mas é gostoso demais sentir-se, além de vivo, vivendo!!!
“Pergunte pro seu orixá, amor só é bom se doer...”
Vinícius de Moraes
Talvez a minha paixão secreta por Vinícius venha por perceber que algumas coisas que passam na minha cabeça, passavam também na dele e que esse mundo utópico que vivemos dentro da gente, poderia muito bem ser real, fora. Gostamos de harmonia, de afeto, de compreensão entre as partes. Somos librianos.
As perdas para Vinícius sempre foram muito sofridas. Todas elas: de amor e de amizade. E é assim comigo. Carlos Lyra disse numa entrevista, que Vinícius era uma pessoa com a emoção sempre pra derramar. Eu ri. Porque me encontrei.
Dizem que escrever é fugir da emoção. A pessoa escreve pra jogar pra cima do outro a emoção que está vivendo. Acho que é isso que estou fazendo agora, arremessando sobre vocês a emoção de sentir, de uma forma quase palpável, Vinícius de Moraes.
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Descobrindo pessoas...
1 de junho de 2008
Sei que às vezes, sou ingênua com as pessoas. Se tiver uma carinha legal e bastante simpatia... me ganha fácil!
Foi nessa que eu dancei. Mais uma vez. Só que agora achei que fosse diferente, confiei um segredo secretíssimo, crente na maturidade da pessoa e no respeito por eu estar abrindo o meu coração e expondo as minhas inseguranças. Se alguém faz isso comigo, tomo como uma enorme responsabilidade e ficarei até mesmo, muito envaidecida com tanta confiança.
Mas, dizem que a beleza do mundo está na diversidade das pessoas. Tem horas que acredito nisso, tem horas que não. Na verdade, no que eu acredito mesmo, é que pra algumas coisas só existe um conceito, como: CONFIANÇA: crédito, fé; RESPEITAR: honrar, ter em consideração, não causar dano; SINCERIDADE: franqueza, lisura de caráter; PALAVRA: promessa verbal.
Pelo menos, nem no Aurélio e nem no Silveira Bueno, eu achei definições diferentes dessas que citei acima. Talvez, em algum outro dicionário que, graças a Deus, nunca teve na minha casa, essas palavras possam estar classificadas de outra maneira. Exemplo: CONFIANÇA: apunhalar pelas costas; RESPEITO: desconsiderar, desonrar; SINCERIDADE: falta de caráter, mentira; PALAVRA: apenas um som articulado.
Não!! Eu não divido apartamento com Alice no País das Maravilhas nem jogo o Jogo do Contente com Pollyana. Só acho que o ANORMAL está virando NORMAL e nós estamos aceitando isso, com a desculpa inerte de “...mas as coisas são assim...”.
Deixo uma pergunta no ar: Se não segurarmos com unhas e dentes os nossos melhores valores, de que adianta economizar água???
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Carta para a minha Pupú!!
30 de maio de 2008
Minha avó linda,
Imagino o quanto deve estar magoada com essa neta, por não ter ido visitá-la antes de voltar aqui pra Recife. Bom, não tenho desculpas para te dar, assumo o meu erro e a minha displicência. Essa carta é para me redimir um pouco e amansar o seu coração, que eu sei, não é tão duro assim!!
Aproveito pra dizer que o meu erro em não aparecer, não diminui em nada o meu amor, o meu carinho, a minha admiração e, também, a minha saudade. Sei que a presença física de quem gostamos (tenho certeza que, apesar de tudo, a senhora me ama!rs!) é sempre muito importante, mas o que mais significa mesmo é tê-la na nossa lembrança e no nosso coração. Ainda mais importante que tudo isso, é termos a convicção que essa pessoa, estará com a mão estendida quando precisarmos de apoio, talvez até, não seja a primeira a estender os braços, mas convictamente, só irá soltá-la quando todas as vicissitudes estiverem superadas.
E é dessa forma que a senhora pode contar comigo pra sempre.
Te amo do fundo e do raso do meu coração,
Ana 'Paulina' (a sua Pupú)
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De volta aos ansiolíticos
29 de maio de 2008
Consulta com a psiquiatra e, diante das minhas queixas, resolvemos retomar o uso do Rivotril. Dose baixa pra começar(0,5mg). De certa forma, gostei, estava sendo movida pela ansiedade: sonhos agitados, pesadelos, coração acelerado e bruxismo. Isso todas as noites, me deixava cansada todos os dias.
Estive em Salvador por 10 dias. Pensei em descansar (de quê???), ler os mais de 180 emails atrasados, atualizar o blog, arrumar minhas prateleiras de livros, ver minha vó... e o que foi que eu fiz? NADA! Pra ser mais justa comigo, li alguns emails e liguei pra minha vó. Enfim, minha vida é assim, feita de metades, de caminhos meio andados, de meia família, de um meio namorado, de um meio quarto, de uma vida "meeira".
Só os meus sentimentos são inteiros, completos, complexos e intensos. Todos. Os bons e os maus sentimentos. Só o meu coração é inteiro.
Acreditei que esse tempo em Recife, me ajudaria a desfazer alguns nós. Descobrir o tamanho da linha era a minha meta. O real tamanho da linha. Ainda faltam alguns dias para que esse "retiro" acabe. Uns 15 dias. Até agora o que eu consegui foi fazer novos nós por cima dos velhos. Esse negócio de crescer, dói realmente! Períodos de auto-reflexão para o desenvolvimento da personalidade e do espírito, podem fazer explodir a nossa cabeça! Ou melhor, a MINHA cabeça. Não sei da sua. Mal sei da minha.
Existe a crise dos 30?? Se não existe, eu acabo de inventar. Talvez seja por ela que eu estou passando desde os 28. Alguém tem uma explicação melhor?
Bom, o meu velho amigo já está fazendo efeito e antes que eu comece a escrever coisas desconexas, quero registrar o que de mais intenso eu estou sentindo agora:
RAIVA!!!!!!!
"... é como se tivessem me dado uma amostra grátis só para eu sentir que gosto tem a felicidade."
Márcia do Valle
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Paula13 de maio de 2008Há muito queria ler o livro “Paula” da escritora Isabel Allende. A princípio, fiquei interessada por causa do título, confesso, depois porque as poucas pessoas que eu conheço e que leram o livro, falavam maravilhas.
Nunca quis saber o enredo de “Paula”, porque acho mais gostoso ir descobrindo o livro com os meus próprios olhos.
Dia desses, vasculhando um sebo virtual (
www.estantevirtual.com.br) que meu irmão me indicou, lembrei de procurar por “Paula”. E achei! Por um preço bem interessante.
Sagaz, como uma boa filha de Oxum, ficou fácil convencer meu pai de me presentear com o livro.
Esperei ansiosamente por mais de 10 dias, devido àquela greve dos Correios. Finalmente, o livro chegou, mas eu ainda estava totalmente envolvida com “Quando Nietzsche chorou”. Mesmo assim, abri afobada o pacote e dei de cara com uma foto que ocupava toda a capa, de Paula. Descobri então, que Paula não era uma ficção, ela era a filha de Isabel Allende. Bonita, ela. Um rosto doce e forte.
Não quero falar muito da história, porque senão, acabo contando partes importantes. Mas quero dizer que me deliciei com a leitura, que me encantei com Salvador Allende (Ex presidente do Chile), aprendi junto com a autora as lições de Paula, me arrepiei em vários momentos, fiquei tensa em outros e chorei quando Isabel chorou.
A história dessa família é tão cheia de alegrias e contratempos, que acaba marcando a gente de alguma forma que eu não sei explicar. É um livro pra se ter e reler muitas e muitas vezes.
A parte ruim é que ele acaba.
Amanheci com saudades das confidências de Isabel. Já me sentia até parte da família!!!rs! Saudades também de Paula, que era mesmo tudo aquilo que a minha primeira impressão identificou: bonita, doce e forte.
Prometi não falar muito, mas espero ter incitado alguns dos que passam por aqui, a descobrir porque tanta paixão ao falar de “Paula”.
► Outra dica: O filme “Piaf – um hino ao amor”.
Só como forma de esclarecimento para quem nunca ouviu falar: Edith Piaf, foi uma cantora lírica francesa com voz e interpretações muito marcantes, assim como seus grandes olhos azuis.
Pronto!! Era dela a música que a chata da Mel Lisboa, cantarolava só de calcinha pra seduzir o pobre do José Mayer em “A Presença de Anita”:
“Non, rien de rien
Non, je ne regrette rien…”