domingo, 27 de setembro de 2009

Férias (1ª parte)




Entrei de férias e tive menos tempo ainda pra vir dizer as coisas aqui.(praia ocupa bastante o tempo da gente!!). E olhe que sempre tenho tantas coisas pra dizer...talvez por isso, ás vezes eu prefira o silêncio. Não posto, não falo, não brigo, não reajo. Pra falar a verdade verdadeira, choro sozinha de vez em quando. Mas é só porque eu sou muito chorona mesmo...





15 de setembro de 2009

"Parece que Recife está chorando comigo.
De saudade e abandono.
Parece que Recife sente a agonia de minha alma sufocando tantos planos e anseios.
Você está sentindo a tristeza no ar de Recife?"

Jorge Azevedo


Recife, definitivamente, não é um lugar que me faça feliz. Talvez teenha sido porque a nossa relação já começou errada: a 1ª vez, saí de Salvador fugindo de problemas, mas acho que, na verdade, os trouxe pra cá. Ou, pelo menos, o ranço daquela fase ruim, eu deixei aqui.

Sim, claro, vivi momentos bacanas, conheci pessoas legais que eu espero levar pra minha vida toda e outras que preferiram ficar pelo caminho...

E hoje, fazendo um balanço da minha relação com essa cidade, vejo que perdi (mesmo quando achei que tinha ganho!). Digo isso porque já fui e voltei várias vezes e não consigo ficar bem nesse lugar. Sempre volto pra casa mais cabisbaixa, mais pensativa (se isso é possível) e desejando colo...colo de mãe. Desejo o cheiro da minha cama, o meu colchão-cúmplice, o travesseiro que aconchega essa minha cabeça tão pensante.

Por ironia, foi Recife que me deu um novo ar quando precisei. Sonhei viver coisas lindas aqui e foi isso que m fez voltar tantas vezes para fazer com que essa relação desse certo, mas não deu. Cada vez, deixo em mais cantos da cidade essa sensação ruim que me toma agora. E eu não quero que isso avance por Calhetas e Porto de Galinhas que são lugares belíssimos! Seria até pecado se eu permitisse uma barbaridade dessa!

A coisa é tão acintosa que, dessa vez, todos os dias estiveram nublados ou chuvosos. Claro, o calor esteve presente para lembrar-me que eu poderia estar na praia não fossem aquelas nuvens...pois, no 1° dia, eu fui mesmo!!! Sou ousada!!! Aí, nos dias seguintes...choveu!!!

- Pois é, Recife, você abriga meu irmão, minha cunhada e excelentes amigos que fiz, mas não sei se vai dar pra voltar...não digo NUNCA porque deixo todos esses meus tesouros aqui. Então, quem sabe numa outra situação, num outro momento da minha vida, eu apareça novamente. Por enquanto, você me vence mais uma vez e eu te parabenizo por isso.




terça-feira, 15 de setembro de 2009

"Todo mundo é parecido quando sente dor" - Carta para o sobrinho

Rafa,



Desde que soube do fim do seu namoro com Bia, senti uma necessidade real de te abraçar. Pra mim, através do abraço a gente passa os nossos sentimentos. Bons ou ruins. E era exatamente o que eu queria que acontecesse: queria que um pouco da sua dor passasse pra mim e, esse lugar vago , fosse preenchido pelos bons sentimentos do meu para o seu coração. Quem sabe assim, as cores voltassem aos seus dias...nem que, pra começar, essas cores fossem ainda em tons pastéis, bem clarinhos...
O fato é que te encontrei e não fiz nada disso, fui até meio distante naquele dia, eu acho...travei, na verdade!
Esse negócio de sofrer por amor mexe muito comigo. Sempre fui muito intensa nos meus relacionamentos com amigos e namorados e, infelizmente, chega o dia em que tudo muda! É fato que, muitas vezes, as coisas vem mudando e a gente não vê...ou não quer ver! Aí quando o pior acontece, a gente toma um "susto"! Mesmo que a gente já estivesse, inconscientenmente, esperando pelo inevitável, dói. E a dor é real, física mesmo!! Alguém está espremendo o nosso coração!! Sim, porque ainda tem isso, a gente acha que o sentimento está no coração, quando na verdade ele está na nossa cabeça, bem pertinho de onde fica também, a razão. Que, por falar nela, foi parar no pé. No dedo mindinho do pé. Do pé esquerdo, pra piorar!! É porque nesses momentos da vida, a emoção toma não só a cabeça e o coração, mas o corpo quase todo e só deixa o pé "raciocinando" qual o caminho mais rápido pra nos levar ao fundo do poço! Só que o pé, coitado, fica todo indeciso, confuso, inexperiente nessa função de pensar, são tantas coisas passando pela cabeça do dedo mindinho que ele fica até dormente!! É por isso que nos sentimos "desequilibrados". (O mindinho, fisicamente falando, é o responsável por isso: por nos manter de pé!).
Pois então, esse meio tempo é quando sentimos que estamos andando em círculos, que os dias passam e nada muda. Aí começamos a achar que não vamos mais gostar de ninguém como gostamos dessa pessoa e não enxergamos a luz no fim do túnel (claro,os olhos também estão tomados pela emoção e como diz Fernando Pessoa: "O que vemos é o que somos!". E, nesse momento, somos a dor, a tristeza, a escuridão.).
A pior hora do dia é a de acordar e ver que aquilo que estamos vivendo não era apenas um pesadelo e que a gente tem que reunir forças, não se sabe de onde, pra viver aquele dia inteirinho. Cada dia é uma batalha!! Interna e externa. Á noite, às vezes queremos ir deitar só com muito sono, daquele tipo que a gente cai na cama e apaga! Outras vezes não...a gente se aninha lá, de porta fechada e relembra momentos, frases ditas, juras eternas, relembra a sensação de eternidade daquela relação.
Isso tudo vai levando dias, muitas vezes meses e meses. E o pé lá...andando em círculos, chega perto do fundo do poço, mas por estar desacostumado a pensar, dá meia volta, acha que o caminho não é por ali, sei lá...
Só sei que é essa a nossa sorte! Andando, ativamos a circulação e começamos a, aos poucos, bombear razão pelo nosso corpo. É quando vamos retomando o fôlego, o apetite (pela comida e pela vida), a disposição ao acordar, o sorriso, as cores (aquelas que láááá atrás eram em tons pastéis, tornam-se mais vibrantes), enfim, retomamos a razão.
No fim, o amor sempre prevalece, sempre ganha essa guerra. O amor-próprio.
Sei que não é fácil, que muitas vezes a gente pensa que não vai conseguir e quer, até mesmo, desistir. Mas, acredite: a gente consegue. Não sem marcas, cicatrizes, tatuagens...porém, o que teríamos pra contar sem elas??? Não tenha medo de amar de novo!!
Bom, o abraço que não dei naquele dia, continua aqui, guardado junto com um monte de beijos!!!


Sua tia,

Ana






*escrita em 1º de setembro.