quinta-feira, 27 de maio de 2010

Fábula da onça e do caçador

Essa é a história de uma onça criada em cativeiro, doce e amorosa e que, quase sempre, foi bem cuidada pelos seus tratadores. Até que resolveu viver uma aventura, saiu pela selva e acabou apaixonando-se pelo caçador. Este, por sua vez, também retribuiu o sentimento.De forma verdadeira, vale ressaltar. O que eles sentiam era uma espécie de segredo. Só eles poderiam saber da intensidade daquilo tudo. Afinal, como os amigos do caçador iriam entender uma relação tão absurda??? E a onça então, como ficaria perante a sua família de grandes felinos??? Seria uma reviravolta na cadeia alimentar!!! E assim, querendo poupar à todos, eles sabiamente, mantiveram o romance em segredo por muito e muito tempo.

Um dia o caçador sumiu. A onça até sabia dos deveres da profissão dele e que, algumas vezes, era preciso frequentar outras florestas. Mas daí a desaparecer por quase 3 meses?? E o sinal de fumaça que tantas vezes ele usou para se comunicar?? Por que não fazia isso agora??

Rumores pela floresta, diziam que o caçador estava vivo e bem. Por uma lado, a onça ficou tranquila, por outro, ficou P. da vida!!! No meio dessa insconstância de sentimentos e falta de notícias, a onça teve uma brevíssima paquera com um leão também confuso emocionalmente.

Lá outro dia, o caçador reaparece e, claro, encontra tudo como deixou, afinal, a onça apaixonadíssima, esqueceu da angústia que passou no tempo em que ficou sem notícias.

Entretanto, por esses deslizes de quem não sabe mentir, o caçador, desconfiou daquela paquera na sua ausência e, de rifle na mão, rugiu como se ele fosse o felino.

A onça assumiu, chorou, mas não pediu perdão, pois o ato dela estava coberto pelo desrespeito do caçador ao sumir sem dar explicação.

Os dois estavam errados, mas ela só errou porque ele errou primeiro! Aí já viu né...mulher quando está com raiva, sai de baixo!! Imagine uma onça!!!

Só sei que de lá pra cá, foi um tal dessa onça tentar convencer esse caçador à retomar a relação... Na minha opinião, ela perdeu muitas vezes o amor-próprio, mas fazer o que?? Coisas do coração!

A onça alegava que não desistia porque via nos olhos do caçador, o mesmo sentimento. Um pouco magoado, mas ainda lá. Talvez ela estivesse certa...talvez não.

Certeza mesmo, era o orgulho e a vaidade do caçador. Ele dizia NÃO, mas adorava as investidas da onça. Vez por outra, ele não resisitia e dava sinais claros de que ia ceder. Afinal de contas, a onça sabia como poucas, encantar, literalmente, o caçador. Ele não raciocinava muito bem perto dela. A onça, então, enchia-se de esperança. Contudo, logo ele recobrava a consciência, estufava o peito e dizia:
  -" Onde já se viu, eu sou um caçador!!!! Nunca fui enganado por onça alguma, não tenho 1 arranhão de combate...não vai ser você que vai me abater!!!".

E a onça chorava sozinha tudo de novo...

Esses tempos ela resolveu que estava cansada dessa vida. E que, tendo sido tantas vezes mau tratada, era preciso por um fim nessa história. Mandou pelo Pombo-Correio, uma carta informando ao caçador a sua decisão e propondo um recomeço através da amizade. Já que, por força da profissão dele, os encontros serão inevitáveis.

Apesar das palavras duras e do tom forte, na carta não tinha raiva (como talvez pensasse o caçador), havia apenas mágoa e a vontade de recomeçar da melhor maneira possível.

Dias depois (uns 15), o caçador dá sinal de vida. Reaparece para sentir o terreno e percebe que num cantinho da floresta dela, ainda há um espaço que não foi adubado com a firmeza suficiente, a fim de que impedisse que fosse plantada mais uma semente da Árvore da Decepção. Então, ele arrodeou, disse palavras bonitas, falou sobre o quanto a onça lhe fazia bem (e fazia mesmo,porém, não como ela gostaria!), prometeu visitá-la, marcou data, horário e local. Porém, de novo, deixou a onça chorando. Dessa vez, por apenas 1 dia. Agora, enfim, ela está mais esperta e se recupera fácil. Já está até por aí, perdida pela selva novamente, em busca de novas aventuras.

E quem foi, mesmo sem saber, o grande aliado da onça nessa reviravolta, nesse "duplo twist carpado" ???
O caçador!!!! Foi ele que fortaleceu os nervos da onça e delineou o final da história, mostrando pra ela que há sim, vida após o amor não correspondido!



MORAL 1:
O inimigo é sempre quem nos ajuda a aprimorar nossas habilidades. Ele contribui para o nosso crescimento pessoal.

MORAL 2:
Todas as feridas saram em etapas.Mas saram.