segunda-feira, 12 de novembro de 2007

11 - 04 - 1907 / 08 - 11 - 2007

100 anos...

Esquisito conjugar minha vó no passado: Ela ERA linda, gostAVA muito de ler, TINHA assinatura do Jornal A Tarde até hoje, amAVA palavras – cruzadas...sei lá, olho as fotos tiradas recentemente e tudo ainda é tão presente, tão hoje, tão agora!

A casa dela era assim uma típica casa de vó. Tinha sequilhos nos potes dos armários, que eu sempre levava pra casa TODOS, tinha móveis bem antigos (cadeira de balanço), escritório cheio de livros interessantes (fiquei com a coleção de Jorge Amado e Maria José Dupré), tinha um nicho com santos de madeira e uma lâmpada sempre iluminando esses santos por conta de uma promessa que ela fez quando meu pai era criança e quebrou o braço (rs!), máquina de costura daquelas do tempo da sua vó também! Enfim...

Era Helena o nome dela...Helena Mesquita Libório! Lindo, né?Pomposo!!Eu acho, pelo menos...

Minha vó era uma pessoa de temperamento difícil, rígida...as empregadas eram todas fardadas e tinham que saber colocar e tirar uma mesa, de bandejinha e tudo, primeiro sempre os pratos sujos e por aí vai, que eu não sei o que vinha em segundo.rs!

Era dela que vinha a forma que mais me agrada ser chamada : Nani, Naninha. Só minha vó Helena me chamava assim. E eu adorava! Pra chamar de Ana Paula...Ave Maria!!!era preciso estar muito chateada comigo!! E a gente, praticamente, nunca esteve chateada uma com a outra. Se muito, fui chamada de Ana Paula umas três vezes na vida. Conversávamos tanto, mas tanto...vixe!!! Ficou brava quando soube que meu último namoro acabou, me deu uns conselhos e vários sermões. Ela achava que a culpa era só minha! Imagine...Não adiantava explicar que um relacionamento é feito de duas pessoas e que quando ele acaba, cada pessoa tem a sua parcela de culpa, os dois erraram! Não adiantava, ela continuava torcendo pela volta do ex-casal.

Adorava pessoas inteligentes que conversassem sobre tudo, porque ela sabia de tudo podem acreditar! Quem gostasse de ler, virava seu amigo em dois tempos. Ela admirava e achava que era assim que se devia ser!

Mesmo severa em algumas situações, mesmo conservadora em alguns pensamentos, ela sabia como ninguém me dar um abraço apertado, um cheiro no pescoço quando eu chegava, sempre perguntando qual perfume eu estava usando. Ir lá sem brincos ou batom?!? Logo ela falava: “Que cara de homem é essa??” hahahahahahahahahahaha! Pra ela, mulher tem que ser mulherzinha mesmo, sempre arrumada!

Pois é...vou sentir saudades eternas dessa vó linda. Vou escrevendo e parece que ouço a voz dela me chamando: “Naniiiiii, vem cá sentar com sua vó pra conversar!!”.

Xiiiii...tenho que ir gente! Um beijo!

Eu (suja de praia!) e minha vó Helena. 14 de Outubro de 2007 .



4 comentários:

Anônimo disse...

As avós são tudo na vida... só quem conviveu com a(s) sua(s) conseguem entender isso...
Espero que vc seja uma avó tão cativante quanto a sua deve ter sido... Seria um grande orgulho pra ela!
=]

Saudades Master!!

Thais disse...

"As pessoas não morrem, ficam encantadas".
Guimarães Rosa

Força aí!
Bjos!

Sanka disse...

ai...

beijos, viu?

Anônimo disse...

Eiiiiiiiiii... sua avó te chamava de Nani??? Esse apelido é meu!!
E vc nunca me falou!!!
Talvez seja por isso que vc gosta taaaanto de mim (que mentira!!!) rsrsrsrsrsrsrs...

Beijo

Ilana